Por Irmãs Filhas da Cruz
A missão não tem hora marcada nem lugar exato. Ela nasce do coração de Deus e nos impulsiona a estar onde a vida clama por justiça, dignidade e amor. Ser missionária é ter os ouvidos atentos ao grito do povo e os pés sempre prontos para caminhar — mesmo por estradas difíceis, por caminhos esquecidos, por realidades feridas.
Muitas vezes estamos em comunidades afastadas, onde falta assistência básica, mas também falta acolhida, escuta, fé. São lugares onde as pessoas carregam sofrimentos silenciosos, e onde a esperança precisa de mãos que a sustentem e reencaminhem.
Ali, vivemos o nosso chamado. Fazemos visitas às famílias, celebramos a vida com as crianças na catequese, levamos palavras de conforto aos doentes, sentamos ao lado dos idosos para ouvir suas memórias e rezar com eles. Cada gesto simples, feito com amor, torna-se missão.
Mais do que falar, queremos ouvir.
Queremos ouvir os medos, as alegrias, os pedidos silenciosos de quem muitas vezes se sente esquecido. Porque a missão não é chegar com respostas prontas, mas caminhar junto, chorar junto, rir junto, orar junto. É sermos sinal de que Deus está ali, presente e vivo, mesmo nos lugares mais humildes.
A espiritualidade da cruz nos dá forças para isso: para ir ao encontro com um coração aberto, para permanecer mesmo quando é difícil, para ver em cada pessoa o rosto de Cristo crucificado e ressuscitado.
Ser missionária é, enfim, estar onde a vida grita… e ali permanecer com amor, até que esse grito se transforme em canto.